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Grande ato da greve em Porto Alegre tranca a Duque de Caxias e promove apagão no TRE

Na tarde desta quarta-feira, 28, os servidores do Judiciário Federal deram uma demonstração de que a categoria está unida e de que a greve segue firme. Empunhando bandeiras e fazendo soar dezenas de apitos, cerca de 500 servidores tomaram as ruas do Centro de Porto Alegre em caminhada que partiu do prédio da 1ª instância da Justiça Federal e seguiu até o TRE Duque. Tanta força para a luta foi conquistada a partir de um intenso trabalho de chamamento nos locais de trabalho, com diversos arrastões realizados no início da semana.

A mobilização levou para a rua colegas de locais que historicamente pouco participam das mobilizações, mas que agora estão convictos da necessidade de fazer a luta de forma coesa. Com o carro de som e as centenas de servidores em frente ao TRE, foram organizados grupos para promoverem arrastões em todos os andares do prédio. O resultado mostrou a força do movimento e a consciência sobre a importância das reivindicações: quase a totalidade dos colegas do prédio desceram e se juntaram ao ato, o que resultou em um histórico "apagão" do TRE, deixando o prédio praticamente vazio durante o ato.

Os colegas se revezaram ao microfone para reforçar as pautas e chamar à intensificação da luta. O diretor do Sintrajufe/RS Cristiano Moreira destacou o protagonismo do Rio Grande do Sul contra o desmonte da carreira, tendo como fruto da mobilização da categoria a manifestação dos cinco TRFs do país, do TRE-RS e do TRT4 contra a PEC 59/13 e as carreiras exclusivas. Ele afirmou que, na reunião ampliada da Fenajufe, dia 1º, o Sintrajufe/RS defenderá que a hora é de aumentar a greve em todo o pais, para efetivar as conquistas da categoria.

"Pela força da nossa mobilização, conseguiremos acabar com a PEC 59/13", afirmou o diretor Paulinho Oliveira. Em um gesto que representou a vontade da categoria, ele rasgou uma cópia do texto da PEC, sob aplausos dos presentes ao ato público. “Vamos derrotar a PEC e as carreiras exclusivas, vamos à luta, porque a razão está conosco”, conclamou o dirigente.

O colega do TRF Zé Oliveira disse que, com a PEC 59/13 e as carreiras exclusivas, a categoria corre o risco de voltar a patamares salariais piores do que os atuais e a uma carreira desestruturada, como a categoria já vivenciou anteriormente. Segundo ele, a greve precisa ser ampliada e é fundamental que os colegas de Brasília entendam que a categoria não aceita o desmantelamento da carreira.

A categoria está em greve por reposição salarial, pois não tem reajuste há anos. No entanto, esta greve também trata de um problema ainda maior, segundo o diretor José Artigas Ramminger: a PEC 59/13. Ele lembrou que a PEC significa um nivelamento para baixo na carreira. Segundo Artigas, o momento de entrar em greve é agora, pois se a PEC for aprovada significará aumento de jornada e outras perdas.

"É preciso ter clareza de que estamos tentando evitar o nivelamento por baixo", explicou a colega do Anexo da JE Ana Margareth Gonçalves da Silva. Segundo ela, “o poder sempre enxerga o direito dos trabalhadores como privilégio”, e é preciso quebrar essa lógica. Emocionada, ela elogiou os colegas da Justiça Eleitoral, que estão mostrando cada vez mais disposição de entrar na greve: “Tenho orgulho de vocês, colegas da Eleitoral, tenho orgulho de nós”.

"Nós nunca duvidamos da capacidade de mobilização dos colegas do TRE", afirmou o diretor Ruy Almeida, saudando os vários colegas que 'apagaram' o prédio. "Há quem ainda duvide da greve da categoria, em especial no Palácio do Planalto, no Congresso e no Supremo. Há quem diga que não podemos barrar a PEC 59 nem conquistar reajuste. Ninguém pode nos dizer até onde vamos; só a nossa luta pode definir qual o limite, e eu tenho certeza de que podemos vencer", concluiu.

A categoria luta por reajuste contra um governo que se nega a negociar não só com o Judiciário, mas com o conjunto dos servidores públicos federais, afirmou o diretor Fagner Azeredo. O dirigente ressaltou que existe, sim, uma greve de servidores federais em curso, e que ela deve aumentar com a Copa do Mundo. “A Dilma vai ter que ouvir, e quem duvidar vai ser atropelado pela mobilização”, afirmou.

O ato foi encerrado com as centenas de presentes aplaudindo a mobilização e reforçando a ideia que norteia o movimento: a greve segue e a categoria precisa continuar dando o exemplo para todo o Brasil, com a intensa mobilização que vem construindo. Na próxima terça-feira, 3 de junho, a categoria se reúne novamente, em assembleia geral estadual.

Fonte: Sintrajufe/RS, por Alexandre Haubrich e Rosane Vargas

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