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Greve ganha força em São Paulo e caminha para 3º Apagão

 Servidores cruzam os braços por todo o Estado e decidem aumentar pressão sobre o Congresso por reajuste e contra a PEC 59

A greve do Judiciário Federal em São Paulo vai crescer e se fortalecer ainda mais, decidiram os servidores nesta quarta-feira, 4, em assembleia que reuniu centenas de trabalhadores no Fórum Ruy Barbosa, na Barra Funda. Uma nova assembleia foi marcada para a terça-feira, 10 de junho, quando haverá também o 3º Apagão do Judiciário e uma manifestação na Avenida Paulista, diante do Fórum Pedro Lessa, da JF, em conjunto com outras categorias.

Nesse mesmo dia, o TRE fará uma paralisação de 24 horas. Também no dia 10, outras categorias do funcionalismo federal devem fazer paralisações e atos.

Em meio a sinais de ampliação do movimento grevista no interior do Estado, na Baixada Santista, na região do ABC e em outros Estados, a pressão dos servidores do Judiciário dirige-se agora ao Congresso Nacional. O objetivo é fazer com que o substitutivo ao Projeto de Lei 6613/2009 tramite o mais rápido possível.

“A intenção é pautar esse projeto para a semana que vem na Comissão de Finanças e Tributação (da Câmara dos Deputados)”, disse Adilson Rodrigues, diretor do Sintrajud e da Fenajufe. Ele convocou os servidores a realizar na próxima semana, em Brasília, uma grande mobilização, capaz de impressionar os integrantes da Comissão.

PEC 59: ameaça de perda de direitos

É também no Congresso que se concentra a luta contra a PEC 59/2013, que cria um Estatuto Único para os servidores do Judiciário Federal e os da Justiça estadual, ameaçando retirar direitos assegurados pelo Regime Jurídico Único dos servidores (Lei 8112/90).

A assembleia no Fórum Ruy Barbosa foi precedida por um ato público pela rejeição da PEC. “Não é que sejamos contra a melhoria salarial para os servidores estaduais, mas achamos que este não é o caminho”, afirmou Romeu Meirelles, servidor da JT Barueri e diretor de base do Sintrajud. “A lógica e de perda de direitos”, acrescentou.

“O Estatuto Único vai reunir o que há de pior na Lei 8.112 com o que há de pior nos estatutos estaduais”, disse Marcos  Vergne, da JT Barra Funda e também diretor de base do Sintrajud. “A PEC abre um flanco para a terceirização e outros ataques à nossa carreira”, completou a diretora Angélica Olivieri, servidora da JF.

Como forma de aumentar a pressão contra a PEC 59, os servidores decidiram realizar uma série de ações. Um abaixo-assinado encaminhado aos sindicatos pela federação nacional, a Fenajufe, vai circular entre os servidores de todos os tribunais, pedindo que os presidentes regionais de cada tribunal se manifestem perante o STF contra a PEC e também contra a criação de carreiras exclusivas nos tribunais superiores. O documento pretende ainda que eles se mobilizem politicamente perante instâncias do Poder Executivo e do Legislativo.

Outro instrumento são as ligações telefônicas para o serviço Alô Senado (0800 61 2211): a ideia é fazer um grande número de ligações para convencer os senadores de que a PEC encontra forte resistência na categoria.

Arrastão com batucada

As atividades na Barra Funda atraíram servidores de diversos tribunais e fóruns e de muitos municípios do interior, da Grande São Paulo e da Baixada Santista. Em São São Bernardo do Campo, toda a JF deve parar nos próximos dias, disse o servidor Fausto Correia.  “No começo [da greve] vínhamos [para a capital] apenas eu e uma colega”, declarou Correia. “Hoje estamos com todo um grupo”, comparou Correia, que trabalha em São Bernardo.

 “Aqui [na JT], a mobilização está ainda mais forte do que na campanha salarial de 2012 e já começa a render frutos, como essa proposta salarial que saiu do STF”, afirmou a servidora Natália Bohrer, da JT. “Como naquele ano, as pessoas estão percebendo que a união com outras categorias de servidores federais nos dá mais força.”

O servidor do TRF-3 Cléber Borges, diretor do Sintrajud, lembrou que outros movimentos grevistas do funcionalismo estão obtendo conquistas. “Os professores municipais acabam de romper a intransigência da Prefeitura [de São Paulo] e conseguir um reajuste”, afirmou. Os metroviários de São Paulo decidiriam entrar em greve nesta quinta-feira, 5.

No plano federal, os funcionários técnico-administrativos das universidades e escolas técnicas estão parados há mais de 70 dias e podem ganhar a adesão dos professores na próxima semana.

Dispostos a prosseguir a luta, os servidores encerraram a assembleia com um “arrastão” que percorreu 10 andares do Fórum Ruy Barbosa, incluindo os setores de protocolo e distribuição. Ao som de batucada, apitos e refrões, eles fecharam mais alguns balcões e convocaram colegas ainda renitentes para aderir à greve.

Fonte: Sintrajud/SP

 

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