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Greve é suspensa em São Paulo. Luta será retomada em agosto.

Paralisação em cinco estados conquistou avanços, avalia assembleia

Com a certeza da importância de seguir mobilizados e de retomar a greve no começo do segundo semestre, os servidores do Judiciário Federal em São Paulo suspenderam o movimento paredista na quarta-feira, dia 18.

A assembleia indicou a retomada da mobilização na 1ª semana de agosto. Essa decisão será levada à reunião ampliada da Fenajufe, que acontece em 6 de julho, em Brasília. A assembleia também indicou a realização de assembleia geral e Conselho de Base em 26 de julho, para definir a retomada da luta.

Pela avaliação do comando de greve, a paralisação construída em ao menos cinco estados, desde 29 de abril, conquistou importantes avanços. Será necessário, entretanto, ampliar a mobilização para conquistar vitórias definitivas.

A mesa de negociação instalada no STF (dez meses depois de ser reivindicada pela categoria) elaborou uma proposta salarial que foi encaminhada ao Ministério do Planejamento, para compor a previsão orçamentária de 2015, e à Câmara dos Deputados, na forma de um substitutivo ao projeto de lei 6613/09. Outras conquistas foram o afastamento da possibilidade de criação de carreiras exclusivas nos tribunais superiores e a nota técnica do CNJ recomendando a rejeição da PEC 59.

“A greve foi determinante para esses avanços”, defendeu Adilson Rodrigues, diretor da Fenajufe. Avaliação compartilhada por Antonio Melquíades, diretor do Sintrajud: “A gente conseguiu alguns objetivos, o que não é pouca coisa. Agora precisamos incidir sobre os membros da Comissão Mista de Orçamento. Temos que fazer uma greve forte para pressionar o novo presidente do STF e do TSE”.

Outra decisão da assembleia foi de seguir participando das atividades organizadas pelas demais categorias do funcionalismo: “Temos que insistir na pauta com os demais federais, na greve unificada que tem como ponto central o respeito à data-base”, defendeu Angélica Olivieri.

Enfrentar o governismo

Na opinião de Inês Leal de Castro, diretora do Sintrajud e da Fenajufe, a retomada da mobilização será marcada por uma luta contra o governismo presente dentro da Fenajufe: “Há um setor dentro da federação que considera mais importante reeleger a Dilma do que lutar por nossas reivindicações. Isso já aconteceu em 2010, quando o governismo vendeu o nosso reajuste, dizendo que o PCS estava garantido”, disse.

A assembleia votou uma moção de repúdio a um diretor da Fenajufe que alterou a nota elaborada pelo Comando Nacional de Greve publicada no site da entidade, distorcendo a avaliação feita pela instância da categoria.

Contra a repressão

A solidariedade a outra categorias em luta também foi reforçada na assembleia, que ocorreu no 20º andar do Tribunal Regional do Trabalho, prédio que sediou o julgamento da greve dos metroviários de São Paulo. Julgamento que acabou por definir a paralisação como abusiva, que resultou em 42 demissões: “Quando se ataca os trabalhadores de uma categoria, atacam a todos nós. As demissões foram um recado do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para que não lutemos, e este tribunal referendou esse ataque. Não podemos aceitar isso”, disse Erlon Sampaio, diretor do Sintrajud.

Para Dalmo Duarte, servidor do TRF-3, existe no Brasil um processo de aumento da repressão, o que precisa ser combatido pelos sindicatos e movimentos sociais. Opinião semelhante tem a também servidora do TRF-3 Ana Luiza de Figueiredo Gomes, que explica que a repressão continuará mesmo depois da Copa: “Esses governos sabem que as políticas de sucateamento da saúde, educação e transporte são inaceitáveis para a classe trabalhadora. É uma política de Estado, contra o nosso direito de lutar”.

Nova diretoria no Sintrajud

A nova diretoria do Sintrajud, que ficará à frente da entidade até 2017, tomou posse na assembleia.

Fonte: Sintrajud/SP

 

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