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Servidores fazem ato público em dia de frio e chuva em Porto Alegre e entregam abaixo-assinado por negociação da greve à direção do Foro da JF

No Dia Nacional de Paralisação do Judiciário Federal, o Sintrajufe/RS realizou ato público na 1ª Instância da JF, em Porto Alegre. O frio e a chuva não impediram a participação de colegas da JT, da JF e da JE, além de aposentados. Estavam presentes representantes de Canoas, Gravataí, Novo Hamburgo, Pelotas e São Jerônimo, além da capital.

Na maioria das falas, os colegas trataram da diferença de tratamento ocorrida na área administrativa da JF de Porto Alegre, na qual os colegas foram obrigados a praticamente compensar hora a hora. A posição isolada da administração foi na contramão dos acordos assinados com TRF, TRT e TRE, cuja compensação se deu por trabalho represado durante a greve. Em suas manifestações, os servidores enfatizaram a nova etapa da mobilização que se inicia, por reajuste salarial e contra o desmanche da carreira.

Para o diretor Paulinho Oliveira, neste novo momento da luta, é preciso avançar para conquistar reajuste salarial, derrotar o desmanche da carreira e alcançar a isonomia de negociação. Segundo ele, “greve é hora trabalhada na busca de direitos”. O colega da JT de Porto Alegre Rafael Scherer lembrou que, desde 2006, a categoria amarga perdas e, se a categoria não parar, isso se repetirá. “Nossa resposta não está no voto, está na rua”, afirmou ele, para quem é preciso evitar que aconteça com a carreira do Judiciário a mesma desvalorização ocorrida com os bancários há algumas décadas.

Na opinião do colega Miguel Rangel, do TRF, a categoria não pode aceitar um reajuste pífio, acertado em reuniões de gabinete em Brasília. Segundo ele, é preciso se mobilizar para alcançar uma reposição salarial que contemple os diferentes segmentos. Também falando sobre mobilização, Elisete Airoldi, da JF de Novo Hamburgo, fez um apelo para que todos se unifiquem na greve: “Temos um período curto para fazer pressão no Judiciário e na Dilma; está faltando a gente sair do local de trabalho e parar”.

A eleição presidencial é um momento-chave para a mobilização, destacou o diretor Paulo Gustavo (PG) Barroso. Segundo ele, o fato de Brasília já estar em greve é um motivo de otimismo e se espera a adesão de vários outros estados, seguindo o calendário da Fenajufe. Para PG, a categoria precisa colher os frutos, construir a greve e conquistar vitórias ainda este ano. “A PEC 59/13 já recebeu a extrema unção em uma luta em que o RS foi decisivo, e o reajuste salarial enterrará de vez as carreiras exclusivas", afirmou o diretor Andrés Cevallos. 

A retomada da luta já tem pontos emblemáticos, destacou o diretor Ruy Almeida: a greve no Distrito Federal, deflagrada ontem, em uma assembleia com mais de mil servidores; o revés sofrido na PEC 59/13, com o abandono da relatoria pelo senador Valdir Raupp, mostrando que a greve pode, sim, reverter uma situação dada como certa; e a ação do governo Dilma, ontem, impedindo a instalação da Comissão de Finanças e a votação do PL 6.613/09, o que evidencia a necessidade da mobilização. “Não vamos parar de lutar enquanto o governo não pagar os que nos deve, que chega a quase 50% de perdas inflacionárias.” 

“A melhor forma de defender o direito de mobilização é exercer esse direito”, afirmou o diretor Cristiano Moreira. Ele lembrou que a categoria teve os direitos ameaçados com a PEC 59/13 e derrotou esse ataque histórico. Agora, concluiu, os servidores estão defendendo o direito lutar para derrotar o governo, que gasta quase metade do orçamento para enriquecer banqueiros e não aceita reajuste para servidores, que já acumulam quase 50% de perdas. 

Servidores entregam abaixo-assinados à administração

Depois do ato público, a direção do Sintrajufe/RS e colegas foram recebidos pelo diretor do Foro da Seção Judiciária do RS, juiz federal José Francisco Spizzirri, no auditório do prédio. Foram entregues abaixo-assinados com mais de mil assinaturas nas quais os colegas da JF, da JT e da JE solicitam a abertura de negociação para os dias parados da última greve.

Depois de ouvir as manifestações de vários colegas, todas no sentido de abertura de diálogo e de que a compensação nos termos postos pela administração é vista como punição aos grevistas, o juiz Spizzirri afirmou que, no seu entendimento, houve diálogo, mas o que não aconteceu foi um consenso. Ao longo da conversa, em que os servidores insistiram em uma posição mais flexível por parte da administração, o juiz Spizzirri sugeriu que “a coletividade ajude a compensar o trabalho”. Ou seja, que os colegas que não fizeram greve trabalhassem horas e as “doassem” para os grevistas. 

Os colegas argumentaram que a compensação hora a hora não apenas é uma posição isolada da Direção do Foro da JF no estado, mas também não se alinha com a essência da reposição, que é "devolver" o trabalho represado ao cidadão que depende do Judiciário. Na opinião do diretor do Foro, ele foi transigente em tudo o que poderia já no primeiro encontro com a direção do sindicato, quando impôs unilateralmente a compensação praticamente hora a hora. Segundo ele, “essa é a minha decisão como administrador e gestor, não tenho como evoluir”. 

O Sintrajufe/RS vai permanecer exigindo o mesmo respeito ao exercício do direito constitucional de greve e à categoria demonstrado nas negociações com TRT, TRE e TRF.

Fonte: Sintrajufe/RS, por Rosane Vargas

 

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