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Ato e passeata em Belo Horizonte: servidores fazem passeata e deliberam por paralisação na próxima semana

Em ato público e assembleia realizados na tarde desta quinta-feira, 28, os servidores do Judiciário Federal em Minas Gerais deliberaram por realizar paralisação de duas horas e novos ato e assembleia na próxima quarta-feira, 3 de setembro, em frente ao prédio da Justiça do Trabalho, no Bairro Barro Preto, em Belo Horizonte. Na atividade de hoje, os servidores também realizaram passeata saindo da Justiça Federal, no bairro Santo Agostinho, onde foi feita a concentração, até o prédio do TRE, no bairro Cidade Jardim, onde aconteceu a assembleia.

Os coordenadores do SITRAEMG Igor Yagelovic, Célio Izidoro Rosa, Sandro Luís Pacheco, Etur Zehuri e Vilma de Oliveira Lourenço conduziram a atividade desta tarde. Um consenso entre todos os participantes é que este é um momento extremamente difícil para a categoria e que ninguém está disposto a ficar mais oito anos no arrocho. Apesar da peça orçamentária ter sido entregue hoje de manhã (veja detalhes aqui) ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), a luta não termina aqui: caso o texto não contemple a reposição dos servidores do Judiciário, os valores ainda podem ser incluídos no Anexo V da LOA (Lei Orçamentária Anual) posteriormente.  Mas, para isso, reforçaram os manifestantes e sindicalistas, é preciso união de todos e pressão em cima do Governo Federal – especialmente para que este não interfira na autonomia orçamentária dos tribunais.

Prova de que a pressão surte efeito foi o Ato Nacional realizado ontem, 27, em Brasília, quando cerca de mil servidores ocuparam a frente do Supremo Tribunal Federal (STF) e, após muito barulho e até um princípio de hostilidade por parte de seguranças do Supremo e policiais, uma comitiva conseguiu ser recebida pelo diretor-geral do órgão, Amarildo Vieira, que, em reunião, garantiu-lhes que o ministro Ricardo Lewandowski, novo presidente da casa, assumiria o compromisso de assinar o substitutivo ao PL 6613/2009 (veja detalhes nesta matéria).

“Servidor na rua, Dilma, a culpa é sua!”

Após a concentração na Justiça Federal, dezenas de servidores desceram em direção ao TRE da Avenida Prudente de Morais, 100, em passeata. Empunhando bandeiras e apitos, eles gritaram palavras de ordem durante a caminhada, que terminou com ato e assembleia em frente ao prédio.

Célio Izidoro Rosa criticou duramente o Governo Federal e o acusou de ser “o inimigo número 1 dos servidores públicos e da população”, a quem convocou para se juntar aos servidores, uma vez que, com a política de arrochos do Planalto, todos saem perdendo. David Landau, servidor do TRT em Belo Horizonte, dirigiu-se aos colegas lembrando que a categoria nunca conseguiu nada sem luta e citou projetos de retirada de direitos dos servidores – como o famigerado PL 549/2009, que previa dez anos de congelamento salarial -, que foram vencidos graças à mobilização dos trabalhadores.

Os coordenadores Igor Yagelovic e Sandro Pacheco (junto ao coordenador Daniel de Oliveira e vários servidores filiados) estiveram neste Ato Nacional em frente ao STF na capital federal (confira nossa cobertura) e passaram informes a respeito da atividade. Igor reforçou que o ato no Supremo só foi vitorioso porque havia muitos servidores e porque incomodaram os ministros. “Greve é para incomodar e, para incomodar, ela precisa ter muita gente”, disse o coordenador, fazendo um apelo aos colegas para que participem da mobilização. Para a coordenadora Etur Zehuri, é fundamental que Minas adira à greve, posto que é um estado de destaque nas mobilizações do Judiciário – e isso daria incentivo àqueles sindicatos que ainda não se posicionaram.

Também para incentivar os servidores, especialmente os da Justiça Eleitoral, o servidor David Landau passou informações sobre as reuniões que o SITRAEMG realizou com a Diretoria Geral e com a Presidência do TRE-MG (veja aqui), nas quais o tribunal garantiu que não haveria corte de ponto de quem aderisse à greve. O presidente disse que deverá ser feita a reposição dos dias parados, mas que, no que depender do tribunal mineiro, o direito de greve está garantido. Landau incentivou os colegas a fazerem uso desse direito e disse que é preciso que a categoria em Minas seja ousada e abrace o movimento grevista.

O coordenador Célio Izidoro leu o quadro nacional de greve e pediu apitaços e parabéns aos estados parados – especialmente aos da Bahia, onde o TRT-5 lançou o Ato 378 para retaliar o movimento, mas os servidores seguem firmes na mobilização (veja aqui). Na opinião do sindicalista, o caso da Bahia e a repressão no ato em Brasília são provas de que os tribunais estão sentindo a pressão dos servidores. Aos que se preocupam com funções comissionadas e partem desse critério para não se juntarem à mobilização, Célio disse a luta tem que ser pelo salário base, que está cada vez mais defasado. Para a coordenadora sindical Vilma de Oliveira Lourenço, o momento eleitoral e a fase pela qual o partido da presidente Dilma Rousseff vem passando tornam a hora propícia para pressionar – “o momento de lutar é esse”, ressaltou.

Fonte: Sitraeng/MG, por Janaina Rochido

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