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Suspensa greve no RN. Categoria permanece em Estado de Greve e participa de ato no STF

Os servidores do Poder Judiciário Federal, reunidos em assembleia na manhã desta sexta-feira (05), deliberaram pela suspensão da greve no Rio Grande do Norte a partir deste sábado (06), mantendo o estado de greve e enviando, na próxima quarta-feira (10) para Brasília, 11 servidores para participar do ato no Supremo Tribunal Federal, durante a solenidade de posse do ministro Ricardo Lewandowski como presidente.

O objetivo é garantir visibilidade nacional às reivindicações da categoria para reforçar a necessidade do início das negociações entre o Poder Judiciário da União e o Governo Federal, a fim de viabilizar um acordo que garanta o reajuste da categoria, conforme valores constantes no PL 7920 enviado ao congresso no dia 29 de agosto. O ministro informou que só fará qualquer ação para tratar das reivindicações dos servidores após o dia 10, quando assume o mandato efetivo de dois anos à frente da presidência, deixando a interinidade que cumpre atualmente, como vice-presidente em exercício da presidência.

A decisão da categoria, por maioria, de suspender a greve iniciada no dia 21 de agosto passado foi estratégica para não desgastar o movimento e manter as forças para as próximas etapas de mobilização para a obtenção do reajuste, com a consciência de que só na luta se obtém conquistas para a carreira. A Assembleia continuada, iniciada na segunda-feira (01) foi encerrada por volta do meio dia após a apresentação dos informes, palavra dos servidores e a deliberação.

Avaliação

No geral, os servidores informaram que saem fortalecidos e vitoriosos da greve de 16 dias no RN, a maior paralisação já realizada no Estado.  Deodoro de Araújo, lotado no TRT, chamou a atenção da categoria para sair com o sentimento de vitória pela grandiosidade da mobilização. “Nunca iríamos imaginar de fazer aquele grande arrastão com apitaço que fizemos na Justiça Federal (na terça-feira, dia 02), nós somos mais que vitoriosos porque conseguimos algo nunca visto, estou satisfeitos com o resultado”.  Segundo Deodoro o que aconteceu foi algo nunca visto nos 22 anos de existência do TRT, por isso a sensação de sair de cabeça erguida, com cidadania por exercer o direito de greve que não era reconhecido.

A servidora Silvana da Rocha relatou que realizou uma reflexão para entender o momento da mobilização sem emoção, mas com consciência.  “Não considero a mobilização parada com o fim da greve, considero de outra maneira, agora é hora de pressionar os políticos e o Congresso Nacional.”

Fernanda Soares informou que o momento é de mudar o método de pressão, após a categoria ter conseguido o apoio da Amatra 21 e Anatra, agora é ter um olhar positivo para o crescimento da consciência coletiva. “A gente conseguiu atingir muitos objetivos, tivemos repercussão nacional, formos notícia local, no site da Fenajufe e outros estados se espelharam em nós. Nosso passo agora é participar do atos no STF para pressionar Lewandowski a negociar nosso reajuste e trabalhar nos bastidores, com os parlamentares”. 

Cláudio Bulhões acredita que a categoria conseguiu avanços, adesão de colegas que nunca tinham participado de nenhuma mobilização. “Fico contente por ter motivado algumas pessoas a aderir à greve e agradeço a todos que estiveram presentes à mobilização”.

Para a servidora Verônica Pereira, também do TRT, a greve foi uma grande lição. “Não atingimos ainda o ganho financeiro, mas tivemos um qualitativo enorme, as pessoas aqui jamais vão deixar de lutar por seus objetivos, jamais vão abaixar a cabeça com medo de lutar, esse movimento mostrou que sempre se deve buscar seus objetivos, nada na vida vem de graça, tudo é mediante sacrifício e luta”, disse ao informar que vem da categoria dos bancários e há seis anos como servidora do Poder Judiciário Federal se sentia triste pela falta de união da categoria na busca da melhoria da carreira.

Sintrajurn

Eraldo Morais, coordenador financeiro do Sintrajurn, também ressaltou que a categoria está mais consciente e pronta para lutar pelo crescimento da carreira e encerrou informando está surpreendido com a garra dos batalhadores que afloraram durante a mobilização, bem diferentes de como eram conhecidos antes, desmobilizados e alheios ao que estava ocorrendo. “Vamos economizar munição para adotar novas estratégicas e pressionar negociação com o executivo”.

A coordenadora geral Silvana Gruska informou que a greve no Rio Grande do Norte só teve crescimento e, ao analisar a paralisação de 16 dias, vê com satisfação vários resultados positivos do movimento no estado e no país, com uma maior conscientização da necessidade da luta constante para a valorização da carreira e com o envio ao congresso em tempo hábil do PL que contempla o reajuste da categoria.  “Desde o início o RN usou de estratégias inteligentes para unir e mobilizar os servidores, nós estamos suspendendo com vitória”, encerrou.

“O movimento surtiu um efeito positivo, foi um verdadeiro resgate da dignidade do servidor público. Soubemos a hora de iniciar a greve como também a hora de suspender, tendo a conscientização do dever cumprido”, finalizou a coordenadora de comunicação do Sintrajurn, Maria Missilene.

Saldo da greve

No TRT:

Na segunda semana de greve, oito varas trabalhistas suspenderam por uma semana as audiências, deixando de ocorrer cerca de 10 a 15 audiências por dia.

No TRE:

Foi registrado um impacto na área administrativa, em especial na primeira semana de mobilização, quando os telefonemas não foram atendidos e processos administrativos deixaram de ser encaminhados, prejudicando sua tramitação regular.

Na JFRN:

Adesão de vários servidores de gabinetes das varas federais e de servidores novos à greve é o fato novo comemorado pelo Sintrajurn, além da realização do primeiro arrastão nessa unidade da Justiça Federal como forma de mostrar a unidade da categoria.

Fonte: Sintrajurn/RN, por Leane Fonseca,com fotos de Rosineide Pereira

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