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Greve continua em Minas, com atos públicos diários e “arrastões” para chamar os colegas para a luta pela revisão salarial

Todos convocados para o ato público e AGE desta terça-feira, 9/09, a partir das 12h, em frente ao prédio do TRE da Av. Prudente de Morais, 100, em BH

Se depender da indignação manifestada pelos servidores do Judiciário Federal – diante da arbitrariedade cometida pelo governo Dilma, por retirar do orçamento a verba que seria destinada à revisão salarial da categoria, e da subserviência do presidente do STF, por se omitir e permitir que a autonomia do Judiciário fosse mais uma vez desrespeitada pela chefe do Executivo -, a greve iniciada em Minas nesta segunda-feira,  8 de setembro, só tende a crescer.

Isto ficou claro no ato público realizado no início da tarde de hoje, em frente ao prédio da Justiça Federal, em Belo Horizonte. Com esse espírito de protestos e mais protestos, as centenas de participantes aprovaram em assembleia, por unanimidade, a continuidade da greve por tempo indeterminado, e, ainda, a realização de atos públicos diários, seguidos de AGE, com o primeiro já agendado para amanhã (terça-feira, 9) a partir das 12 horas, em frente ao prédio do TRE da avenida Prudente de Morais, 100, também na capital. Também conforme deliberado pela assembleia, foi iniciado, imediatamente após o ato, um arrastão nos três prédios da Justiça Federal, com os servidores, divididos em três grupos, convidando os colegas para a greve. O mesmo será feito nos prédios da Justiça Eleitoral e da Justiça do Trabalho.

Munidos de apitos e revezando-se ao microfone, em discursos de protestos e convocando os colegas para engrossarem o movimento grevista, os servidores presentes no ato de hoje também assistiram, com “apitaço” e muitas vaias, ao enterro simbólico da presidente Dilma organizado pelo SITRAEMG, com direito a cortejo fúnebre em meio à multidão. Por outro lado, foram cumprimentados com entusiasmadas salvas de palmas todos os setores dos tribunais representados na manifestação.

O “velório” chamou a atenção dos participantes do ato, que se divertiram tirando fotos da presidente estirada no caixão, e também de transeuntes, que paravam para ver a estranha simulação, cheios de interrogação. Ao tomar conhecimento simbólico, o motoboy Ronaldo Bastos apoiou a iniciativa. “Sou a favor de qualquer tipo de manifestação, desde que seja pacífica, inteligente, como essa”, disparou.

Já decididos a aderir ao movimento paredista desde a última sexta-feira, os servidores da 19ª Vara Federa de Belo Horizonte compareceram bastante animados ao ato. Servidores da expedição e da Seape do TRE também comunicaram que já estão de braços cruzados.

“Dilma não é a rainha do Brasil; o Brasil tem três poderes que precisam ser respeitados”

“O momento é agora. Só a direção do Sindicato fazer a greve é impossível. Precisamos construir a unidade entre os servidores de todos os órgãos (do Judiciário Federal). A nossa arma é a greve”, provocou o coordenador do Sindicato Célio Izidoro ao iniciar o ato desta segunda-feira, 8. Ressaltando a importância da mobilização, lembrou que os trabalhadores do Banco do Brasil e professores da rede pública estadual já foram modelos de categorias bem sucedidas e, ao longo dos anos, foram sofrendo perdas na carreira. Hoje, sobretudo os professores, estão em situação de penúria. “Se não nos mobilizarmos, chegaremos a essa situação”, alertou.

Célio Izidoro também destacou que é preciso denunciar a perversidade que o governo está cometendo contra os servidores públicos e reforçou a necessidade da categoria manifestar a sua indignação. “Venham engrossar o nosso movimento. Só com força do nosso movimento vamos conseguir a nossa reposição salarial. Senão, daqui a pouco, vamos estar ganhando um salário mínimo”, disse.

Um dos condutores do ato, o filiado e diretor de base do Sindicato David Laudau chamou mais uma vez a atenção de todos para o caráter “inconstitucional” da medida da presidente Dilma ao retirar a verba da revisão salarial dos servidores do Judiciário da peça orçamentária em debate no Congresso Nacional. “Os tribunais têm o papel de cobrar a constitucionalidade das instituições executivas”, observou, advertindo que “Dilma não é a rainha do Brasil, o Brasil não é uma Monarquia e aqui (no Brasil) têm três poderes que precisam ser respeitados”. Protestou também contra a decisão do presidente do STF, Ministro Ricardo Lewandowski, de enviar outra proposta de projeto de lei de revisão salarial dos servidores sem consultar a categoria. 

“Greve é isso. Tem que incomodar”

“A greve é uma opção pessoal”, frisou o coordenador geral do Sindicato Igor Yagelovic. Porém, conclamou os colegas a fazerem uma reflexão sobre a seguinte realidade: esta greve não é só por salário, mas também por melhores condições de trabalho, pelo fim da terceirização, por inúmeros outros direitos da categoria e para mostrar à população que o Judiciário é o poder garantidor dos direitos dos cidadãos e do próprio Estado brasileiro. “Todos temos que estar de corpo e alma nesta greve”, resumiu.

Lotado na Justiça Eleitoral em Rio Preto (MG), o coordenador regional Sandro Pacheco disse que viajou mais de 300 quilômetros para participar do ato de hoje e reforçou a importância de intensificar a mobilização e a pressão sobre o governo. “Nossos salários foram achatados. O governo não dá a mínima para o servidor público. Conclamamos todos a aderirem ao nosso movimento grevista”, defendeu.

Dando os informes do movimento grevista em âmbito nacional a coordenadora Vilma Oliveira Lourenço relatou que, na semana passada, os servidores do Distrito Federal, que estão em greve desde o início de agosto, fizeram um “panelaço” na semana passada que interrompeu até a sessão do Supremo Tribunal Federal. “Greve é isso. Tem que incomodar”, afirmou, acrescentando que é a unidade dos servidores que fortalece o movimento grevista.

Também estiveram presentes os coordenadores Daniel de Oliveira e Dirceu José dos Santos. 

Denúncia

Durante o ato, foi denunciado que os servidores da 2ª da Vara Federal, decididos a aderir à greve, fecharam o balcão de atendimento, mas a diretora interferiu e mandou abri-lo de novo.  “Uma diretora (de vara) contra o movimento dos servidores que também é dela”, ironizou o coordenador Célio Izidoro. 

Fonte: Sitraemg/MG

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