fbpx

Com a realização de grande ato público e passeata, Minas continua em greve

Ato público e passeata desta quinta-feira, 11, marcaram o quarto dia da greve dos servidores do Judiciário Federal em Minas Gerais, que cresce a cada dia mais e vem ganhando muita força. A atividade dessa tarde reuniu cerca de 400 pessoas em frente ao prédio dos Cartórios Eleitorais em Belo Horizonte (Av. do Contorno), e, após os informes, músicas e muito apitaço, seguiram em passeata até o prédio sede do TRE (Av. Prudente de Morais), onde também se manifestaram. No ato de hoje, por quase unanimidade, apenas duas abstenções, os servidores deliberaram pela manutenção da greve com a realização de mais um ato público, agendado para amanhã, sexta, dia 12, em frente ao prédio do TRT da Getúlio Vargas, 225, de 13h às 15h.

Ao microfone, coordenadores do Sitraemg e muitos servidores presentes manifestaram veementemente suas insatisfações frente ao descaso e intransigência do governo Dilma em negociar a recomposição salarial do Judiciário Federal.  O coordenador regional do Sitraemg, Sandro Pacheco, do cartório eleitoral de Rio Preto, falou sobre o cenário difícil em que os servidores se encontram e disse que a greve é inevitável e reforçou o convite aos colegas “Venham todos, participe e vamos à luta”. Em seguida, o coordenador geral Alan da Costa Macedo, lotado na Justiça Federal de Juiz de Fora, saudou os colegas de BH, elencando uma série de motivos pelos quais os servidores devem se manter na greve. Lembrou-se da defasagem salarial que vem trazendo aos servidores a perda de 50% do poder de compra; falou também sobre o artigo da coordenação geral do Sindicato, publicado no site, e que vem sendo avaliado pelo setor jurídico da entidade acerca da possibilidade de um possível impeachment da presidenta Dilma, relacionando-o a crime de responsabilidade. Destacou, ainda, que a categoria tem que abrir os olhos com o novo presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, a fim de que certifique que o STF está agindo de fato em favor dos servidores e exigir do governo Dilma que reveja o corte imposto no orçamento do Judiciário Federal. “Vamos manter a cobrança até a revisão”, convocou Macedo.

O servidor do TRT e também diretor de base David Landau, sempre presente às manifestações, informou sobre o trabalho que vem sendo feito diariamente pelos coordenadores sindicais e servidores já em greve, passando nos locais de trabalho e convidando outros colegas a também a aderirem ao movimento grevista. Destacou que a greve já está sendo mostrada pela imprensa e citou matérias publicadas nos jornais “O Tempo” e “Super”.  Sobre o ato nacional ocorrido ontem, 10, em Brasília (DF), Landau falou que foi pacífico, “mas nem por isso, vamos deixar de mostrar nossa insatisfação, queremos nossa revisão e não vamos aceitar os reajustes apenas para os magistrados”, informou, frisando que a categoria tem que exigir a negociação entre STF e Dilma e não aceitar as desculpas da presidenta quando fala que está em “campanha presidencial” e que está sem tempo para negociações.

Célio Izidoro Rosa, também coordenador do Sitraemg, reforçou o pedido aos colegas que ainda não aderiram ao movimento. Em seguida, falou sobre a informação do Comando de Greve Nacional de que a greve seria suspendida no último dia 10. O coordenador esclareceu que a greve não acabou e que os estados grevistas continuam mobilizados, assim como Minas. Rosa acredita que esse assunto deve ter se iniciado por pessoas que acreditam numa negociação pacífica entre Dilma e STF. “Hoje os poderes estão em crise, na calada da noite aumentam seus próprios vencimentos. E por que não dão aumento para os servidores?”, questionou o coordenador, reforçando a necessidade de se manterem unidos na greve. Igor Yagelovic citou a Dívida Pública Brasileira como uma das grandes responsáveis pela falta de investimento em vários setores como o da educação, saúde, segurança e também para os servidores públicos. “A dívida consome mais de 40% do orçamento geral da União e ninguém sabe de onde veio e para onde vai”, disse o coordenador frisando a necessidade da realização da auditoria da dívida pública. Ao finalizar, Yagelovic destacou que os servidores não lutam apenas pela revisão salarial, mas também pelo fim da terceirização e pela redução da jornada de trabalho dentre outros.

O ex-presidente do Sitraemg, Alexandre Brandi Harry, também presente à manifestação, parabenizou o movimento grevista mineiro, destacando a data em que a greve começou (8/9), considerando a proximidade das eleições. Destacou também, que Minas será a locomotiva da greve. “Sabemos que Lewandowski é ligado ao PT, e que não existe independência dos poderes. O Judiciário é submisso ao Executivo, por isso, façamos o nosso papel, vamos parar!”, alerta Brandi.

Os servidores José Henrique da Paixão e Marlene Francisca da Silva, ambos do TRT, ao se pronunciarem, destacaram a importância da mobilização. Marlene, que participou do ato nacional em Brasília, ontem, relatou que fizeram um ato ordeiro e de que não aceitaram (os sindicatos presentes) que a voz da categoria fosse calada com a promessa de que o STF negociaria o reajuste em outubro próximo.  José Henrique pontuou que estavam ali, em frente aos cartórios, cumprindo dois direitos constitucionais, o de manifestação e o de greve, e por isso “temos que nos unir e buscar nossa valorização; juntar forças e não nos deixarmos ser levados por falsas promessas”, conclui.

Boato? Chefes de cartórios não podem participar da greve?

Boato, ou não, os coordenadores sindicais tiveram a informação durante o ato que os chefes de cartórios teriam recebido um pedido da Diretoria-Geral do TRE, de que não paralisassem suas atividades na mobilização de hoje. Os sindicalistas informaram das diversas reuniões com a administração do TRE, inclusive de que haviam conversado ontem sobre o assunto, e que presidente e diretor-geral do Órgão informaram que não haveria nenhum tipo de retaliação aos servidores grevistas. O Sitraemg informa que irá agendar uma reunião com o TRE para esclarecimentos do boato e também para discutir a reposição dos dias parados. David Landau disse que se de fato isso ocorreu é porque a greve está incomodando e crescendo. “Não queremos abrir mão do nosso trabalho, da nossa responsabilidade, mas a Dilma também terá que fazer o seu trabalho”, desabafa Landau.

Servidor do TRE, Henrique José Drummond Américo, faz um apelo ao diretor-geral e ao presidente do Tribunal. Seu pedido é para que os servidores grevistas possam pagar as horas paradas colocando em dia o trabalho atrasado, evitando assim gastos desnecessários para a Justiça Eleitoral. Para finalizar, também chamou os colegas para ampliar a greve e saírem para a rua.

Os coordenadores do Sitraemg, João Baptista Sellera Bárbaro e Daniel de Oliveira, também participaram do ato público.

Fonte: Sitraemg/MG

 

Pin It

afju fja fndc