Assembleia define continuidade do estado de greve e atividades para seguir com a mobilização
A greve em São Paulo está suspensa a partir de segunda-feira (15). A decisão veio durante assembleia geral realizada nesta quinta-feira (11), no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa. A categoria também definiu pela realização de ato na JF/TRF, reunião do Conselho de Base e Apagão geral no dia 24, com realização de assembleia geral.
O recuo neste momento é importante para que a categoria avalie com maior profundidade o movimento paredista e se reorganize para continuar construindo o movimento com esforço e compromisso. Amanhã (12), os comandos de greve estarão nos locais de trabalho para orientar sobre as deliberações da assembleia.
“O desafio que se impõe é trazer mais gente para a nossa luta, pois somente lutando vamos conseguir impor nossas reivindicações. O chamado à participação é a melhor maneira de construir a mobilização”, reforçou Inês Leal de Castro, diretora do Sintrajud.
Recuo nacional
A suspensão se dá num momento em que a greve vem perdendo força nacionalmente. “Infelizmente, a mobilização não se espalhou efetivamente, por isso a necessidade de recuar para avaliar os próximos passos e também não prejudicar os servidores que participam ativamente do movimento”, informou Inês Leal de Castro.
No entanto, a luta dos servidores de São Paulo e dos demais estados foi decisiva para que o projeto salarial da categoria tomasse forma e avançasse, ainda que aquém do esperado. Foi a partir da mobilização que o Supremo enviou ao Congresso Nacional proposta de reajuste com a mesma tabela do substitutivo ao PL 6613/2009, elaborado em mesa de negociação instalada durante a greve no primeiro semestre.
“Queremos ver o discurso do [ministro Ricardo] Lewandowski na prática. Até agora, são apenas promessas que não convenceram a categoria. Só palavras não bastam”, afirmou Adilson Rodrigues, diretor da Fenajufe, ressaltando a necessidade da categoria continuar lutando para pressionar o STF [Supremo Tribunal Federal] a defender a autonomia do Judiciário e lutar junto ao Governo Dilma Rouseff (PT) pelo reajuste dos servidores.
“Saímos da greve com a cabeça erguida. Temos que ter orgulho de ter tido coragem de lutar por uma causa justa, a nossa causa.”, disse Filipe Gomes Lira, servidor da JT Barra Funda.
Continuidade da luta
Mesmo com a suspensão, o estado de greve permanece. A assembleia deliberou um calendário de atividades com a realização de um ato na Justiça Federal/TRF-3 na próxima quinta-feira (18) e reunião do Conselho de Base no dia 20, quando diretores de base e servidores organizarão o Apagão Nacional nos tribunais, marcado para o dia 24. Além de assembleia estadual, neste mesmo dia há indicativo de um ato em Brasília, o que deve ser confirmado posteriormente.
“A disposição para lutar é o que temos para combater a ditadura que o governo federal promove contra nós [servidores]”, ressaltou Erlon Sampaio, oficial de Justiça da JF e diretor do Sintrajud.
Calendário de mobilização
18/09 – Ato na JF/TRF das 14h às 16h.
20/09 – Reunião do Conselho de Base.
24/09 – Apagão Nacional do Judiciário (todas as justiças) / Assembleia estadual / Indicativo de ato nacional em Brasília
Compensação de horas
Na próxima semana, o Sintrajud vai encaminhar ofício aos presidentes dos tribunais de São Paulo para negociar a reposição dos dias de greve.
Com base nas últimas paralisações da categoria, é provável que seja definida a compensação em serviço, sem corte de vencimentos e sem vinculação com as horas paralisadas.
O Sintrajud orienta os servidores a não aceitarem repor os dias de greve antes da formalização da proposta e, muito menos, compensar o serviço atrasado hora a hora.
Caso ocorram essas situações, o sindicato deve ser comunicado imediatamente para tomar as medidas necessárias.
Fonte: Sintrajud/SP, por Camila Gaia, com foto de Jesus Carlos