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Pela reposição salarial, servidores do RS entram em greve a partir de hoje

Fonte: Sintrajufe-RS

Os servidores do Judiciário Federal do Rio Grande do Sul entram em greve a partir desta terça-feira, 9 de junho, pela aprovação do PLC 28/15, de reposição salarial da categoria, buscando um acordo para a dotação orçamentária do projeto. A decisão foi aprovada em assembleia geral estadual realizada na última quarta-feira (03), nas varas trabalhistas de Porto Alegre. Com a decisão, o Rio Grande do Sul se soma a Paraná, já em greve, e Santa Catarina, que aprovou entrar em greve nesta segunda-feira (08). Ainda na tarde da quarta-feira, também os colegas do Distrito Federal aprovaram a deflagração da greve a partir de hoje, 9 de junho. Além disso, Alagoas, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins têm aprovado indicativo de greve para esta semana.

No início da assembleia, a direção do Sintrajufe-RS lembrou que a categoria completava, naquele dia, 48 horas de uma paralisação realizada em todo o país, com mobilizações na grande maioria dos estados. No Rio Grande do Sul, nas justiças do Trabalho, Federal e Eleitoral, várias cidades pararam: Bento Gonçalves, Cachoeira do Sul, Capão da Canoa, Carazinho, Caxias do Sul, Cruz Alta, Erechim, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Vitória do Palmar, Santana do Livramento, Santo Ângelo, São Borja, São Leopoldo, Taquara, Tramandaí, Uruguaiana e Vacaria foram as cidades onde houve paralisação.

Ao apresentar os informes sobre a luta salarial da categoria, o diretor do Sintrajufe/RS Cristiano Moreira parabenizou a categoria, por sua disposição de luta, e lembrou o longo caminho trilhado pelos servidores para chegar até o momento atual de tramitação do projeto. Cristiano ressaltou que os servidores enfrentaram a ofensiva do governo, as tentativas de boicotar o andamento do projeto. O fato novo foi a inclusão do PLC 28/15 na pauta da sessão do Senado do dia 10 de junho, por provocação do senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP). O fato, afirmou o dirigente, é que nenhuma proposta foi apresentada, ainda, aos servidores: “esse é o cenário sobre o qual temos de incidir em busca da reposição salarial”, finalizou.

Depois dos informes, os colegas presentes puderam debater sobre os cenários possíveis e apresentar propostas. Todos concordaram que, neste momento, a categoria precisa estar unida e que somente a greve, nacional e forte, pode não apenas fazer com que o PLC 28/15 seja aprovado, mas, principalmente, com que seja efetivado o acordo financeiro que viabilize sua implementação.

O servidor da JF de Porto Alegre Zé Oliveira ressaltou que nada está garantido. Segundo ele, é preciso intensificar a mobilização. “Só tem uma maneira de ganhar: mobilizar, fazer greve e lutar”, afirmou o colega Adriano da Costa Werlang, da JT de Alvorada. Por isso, ele convocou a categoria a parar de maneira unificada.

“Estamos mais próximos do que nunca de um desfecho da luta por reposição salarial”, na opinião do colega Rafael Scherer, da JT de Porto Alegre. Porém, advertiu, nada está ganho. Segundo ele, o ajuste fiscal do governo Dilma é um grande empecilho, e a categoria precisa mostrar força máxima, na greve, parando o trabalho para garantir a vitória. Na mesma linha de argumentação seguiu Rodrigo de Mello Mercio, servidor da JE de Porto Alegre. Ele disse que é necessário pressionar o governo, de forma unida, para o movimento conquistar a reposição salarial. Na opinião de Paulo Rosa, da JT da capital, a greve deve começar forte e ir em um crescendo, unificada. Para o colega, o movimento paredista é a maior arma dos trabalhadores e “sem luta não há vitória”.

“É muito importante mostrar a disposição da categoria para ir à luta pela reposição salarial”, disse Cristiano Moreira. Ele lembrou que não há uma proposta concreta do governo, cuja prioridade é um projeto de ajuste fiscal para pagamento da dívida pública via retirada de direitos e arrocho salarial. Por isso, convocou, a prioridade da categoria deve ser a construção da greve, até a vitória. “É necessário fazer a greve”, enfatizou o colega da JF de Porto Alegre Miguel Rangel, que ressaltou o protagonismo dos servidores do Judiciário do RS e a disposição de luta da categoria. Para Marcelo Carlini, também da JF da capital, em relação a momentos anteriores, o projeto de reposição salarial está em um estágio mais avançado, mas a categoria precisa ter consciência de que nada está garantido e que a luta não será fácil.

O diretor do Sintrajufe/RS Fagner Azeredo ressaltou que a categoria foi, ano após ano, sendo enrolada, e já passou por quatro presidentes do STF sem ver aprovada a reposição salarial. "Chega de amargar falta de reajuste e de respeito", afirmou. Ele disse que a categoria precisa construir uma greve forte e unificada o suficiente que garanta dotação orçamentária, que o projeto vire lei, que a reposição salarial seja finalmente conquistada. O diretor Ruy Almeida lembrou que, em 2014, a categoria conseguiu, com greve, barrar a PEC 59, do estatuto do Judiciário, e a proposta das carreiras exclusivas, e que, agora, vai buscar a reposição salarial. “De forma unificada, vamos para a greve e vamos para a vitória”, afirmou.

Greve começa com ato público na JT

A assembleia geral aprovou que a greve já comece mostrando sua força. Para isso, será realizado um grande ato público, nas varas trabalhistas, às 14h30 desta terça-feira (09). Depois, a categoria segue em caminhada até o TRT.

Foi aprovada, ainda, a formação de comissões de mobilização, que passarão nos locais de trabalho, a partir de hoje, para falar com os colegas e fazer crescer a greve. As comissões serão formadas por diretores do sindicato, diretores de base e todos os colegas que quiserem se integrar. Para participar, basta informar pelo telefone (51) 3235-1977, com Odete, Franco ou Etel.

Por fim, a assembleia aprovou o envio de caravana de 20 colegas a Brasília, no dia 9. Eles acompanharão, no dia 10, a sessão do Senado na qual está pautada a votação do PLC 28/15.

Comitê Gestor Regional de Priorização do 1º Grau do TRT aprova, em parte, proposta de criação de segundo assistente de juiz no 1º Grau

No início da assembleia geral, o diretor do Sintrajufe-RS Ruy Almeida fez um breve relato sobre os trabalhos no Comitê Gestor Regional de Priorização do 1º Grau do TRT4. O dirigente participa do Comitê como representante do sindicato e também como suplente do representante eleito pelos servidores da Justiça do Trabalho. O Comitê aprovou, em votação dividida por eixos de discussão, a implementação parcial da proposta de criação do cargo de segundo assistente de juiz no primeiro grau, mediante remanejamento de cargos e funções, embora não nos exatos moldes propostos pela Amatra IV. O sindicato segue atuando, dentro dos limites possíveis, para representar a deliberação da categoria, contrária ao remanejamento de cargos e funções proposto.

Foi feito, ainda, um relato sobre um inconveniente ocorrido na reunião do dia 2 de junho, quando o diretor do sindicato fazia uso da palavra no Comitê, sendo interrompido de maneira desrespeitosa por representante da administração do tribunal. Este voltou a interromper o representante do sindicato, aos gritos, quando se buscou argumentar pelo direito de manifestação da entidade. Na oportunidade, foi cobrado respeito com a atuação do Sintrajufe, que possui direito a assento consultivo no Comitê.

Na última quarta-feira (03), o diretor Ruy Almeida foi procurado pelo membro do Comitê, que pediu desculpas pelo ocorrido. Na assembleia, o dirigente reiterou que “vamos seguir fazendo a defesa da posição da categoria no Comitê, independentemente de ocorrências como essa”.

 

Foto: Alexandre Haubrich

 

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