Debate apresentou dados alarmantes sobre índices de feminicidio, em que as mulheres negras são o maior alvo, transfeminicídio e lesbocídio
Iniciando o circuito de lives de temática do universo feminino,a Federação discutiu feminicídio e demais formas de violência de gênero que faz uma vítima a cada 6 horas no país.
O debate virtual ocorreu na última quinta-feira (7) e teve participação da ativista Rafaela Caporal, da deputada estadual Monica Seixas (Psol/SP) e da deputada federal Erika Kokay (PT/DF). As parlamentares possuem longo histórico de luta em defesa dos direitos das mulheres e Rafaela Caporal é militante feminista do “Coletivo Themis-Gênero, Justiça e Direitos Humanos”.
Sobre o tema, as coordenadoras Sandra Dias e Luciana Carneiro reafirmaram a importância da discussão que coloca o Brasil no ranking dos países onde mais se mata mulheres no mundo. Luciana lembrou que as mulheres trans despontam na lista das mortes pelo segmento.
Sandra destacou que historicamente, as mulheres negras são as que mais sofrem violência e encabeçam a lista das mortes por feminicídio;elas representam o maior número em vários estados.
Em sua fala inicial, Rafaela Caporal ressaltou que o Brasil vive uma “epidemia de mortes violentas de mulheres”. A ativista reforçou que a falta e o desmantelo de políticas públicas de assistência às mulheres se agravaram nos últimos anos e que isso contribuiu para os dados alarmantes de feminicídio e transfeminicídio divulgados pelo Anuário de Segurança Pública de 2023.
Já a deputada Mônica Seixas, disse que o feminicídio é o “ato final de uma série de violências que a mulher vem sofrendo”. Segundo ela, geralmente a mulher já passou por inúmeros casos de agressões como violência física, psicológica e patrimonial, culminando com o feminicídio. A parlamentar reconheceu que o País vive “um combo de destruição de aparelhos e políticas de amparo existentes”, e que são negligenciadas pelo estado.
Iniciando sua fala, a deputada Erika Kokay acentuou que a“Elite patrimonialista do Brasil, brota da lógica patrimonialista daqueles que se sentiam donos da terra e que essa lógica se estende para os corpos das mulheres, das trabalhadoras, das crianças, etc. Para Erika, o homem quando nasce é dono do seu corpo e a mulher enfrenta o desafio de ser dona do seu.
Para Kokay o feminicídio, transfeminicídio e o lesbocídio são frutos de um “processo de desumanização profunda”. Ainda segundo ela,"vivemos a cultura do ódio e do medo” e que existe “uma expressão despudorada de muito ódio e muitas mentiras que estimula o crescimento do patriarcalismo, do racismo e sexismo, que foi acentuado no governo anterior e isso reflete nas formas de violências.”
Participaram do debate, ainda, a coordenadora Juscileide Rondon representando o Sindjufe/MT, Zeneide Andrade do Sindjufe/MS e Lourdes Rosa do Sintrajufe/RS. Os sindicatos Sindiquize/SP, Sintrajusc/SC, Sintrajufe/PE, Sitraam/AM, Sisejufe/RJ e Sintrajufe/RS retransmitiram a live em suas redes sociais.
As lives seguirão durante todo o mês de março com encerramento no dia 02 de abril. Veja os próximos temas que serão debatidos:
14/03 - “Ocupação dos espaços de poder e violência política de gênero – desafios”
21/03 - “Interrupção voluntária de gravidez (direito de optar pela maternidade ou não e escolher quando)”
02/04 - “Dificuldades das mulheres frente à Reforma trabalhista de 2016 e Reforma da previdência de 2019”
Importante destacar que as lives serão transmitidas pelo nosso canal do youtube e podem ser revistas a qualquer momento. Acompanhe sempre às 19:30h. O debate na íntegra pode ser acessado (AQUI).
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Joana Darc Melo