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Fenajufe emite nota de repúdio às declarações preconceituosas de desembargador em sentença no TJMA

Fenajufe emite nota de repúdio às declarações preconceituosas de desembargador em sentença no TJMA

 Ao negar pedido de teletrabalho, magistrado desconsiderou direitos das pessoas com deficiência

A Federação Nacional dos Trabalhadores do judiciário Federal e Ministério Público da União -FENAJUFE - vem a público repudiar declarações discriminatórias do desembargador Raimundo Bogea contra pessoas com deficiência durante sessão realizada no Tribunal de Justiça do estado do Maranhão (TJ/MA).

Ao proferir seu voto em desfavor de um pedido de teletrabalho feito por um juiz, o desembargador se mostrou insensível, preconceituoso, desumano e desinformado. O pedido em questão foi feito para que o requerente pudesse, em regime de teletrabalho, dedicar mais atenção ao filho, diagnosticado com autismo.

Na justificativa de sua negativa ao pedido, o desembargador declarou que ao abrir concursos para a magistratura, os editais deveriam avaliar se os inscritos têm filhos com alguma deficiência ou “problema”, sugerindo um requisito de exclusão daqueles e daquelas que sejam genitores (as) de Pessoas Com Deficiência (PCDs), para assumir o cargo público.

A fala do magistrado causou espanto e indignação não apenas nos presentes da sessão do tribunal de justiça do Maranhão, mas na sociedade como um todo. Enquanto o mundo se mobiliza para garantir direitos iguais para todos e todas, uma fala como a do desembargador é inaceitável.

As declarações evidenciam preconceito, discriminação, desconhecimento ou menosprezo pelas leis que regem os direitos humanos, que são inalienáveis e iguais. Ir contra esses princípios é violação. O desembargador desconhece, ainda, que o Transtorno do Espectro Autista não é uma doença e sim uma característica peculiar do indivíduo e que deve ser respeitada.

A expressão de tal pensamento do desembargador não considerou sequer a resolução nº 343/20 do Conselho Nacional de Justiça, que garante condições especiais de trabalho a magistrados (as) e servidores (as) com deficiência, necessidades especiais ou doença grave, bem como os que tenham filhos (as) ou dependentes legais nas mesmas condições.

A Fenajufe repudia veementemente esta e qualquer outra manifestação que venha corroborar a perpetuação das mais variadas formas de preconceito e discriminação, tão acentuadas com o crescimento da extrema direita no país nos últimos anos.

A Federação ressalta que combater as discriminações é fazer justiça, um dos pilares do Poder Judiciário e que inserida nele e por ele, continuará lutando por uma sociedade mais justa e igualitária.

 

Brasília, 23 de maio de 2023

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