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28 de junho: onde está o orgulho da comunidade LGBTI+?

Mesmo com algumas conquistas históricas, a violência ainda é o maior desafio enfrentado diariamente; data evidencia longo caminho em busca do orgulho


O dia 28 de junho é conhecido no mundo todo como o Dia do Orgulho LGBT+. Criada a partir de uma ação violenta em Nova Iorque contra a população do segmento nos anos 60, o dia do orgulho é para relembrar a luta por respeito, reconhecimento dos direitos e acima de tudo pelo direito de serem como e quem são.

Embora atualmente existam muitas redes e movimentos que trabalham para assegurar os direitos humanos da comunidade LGBT+, e por terem conquistado vitórias significativas, ainda existem diversos desafios a serem superados.

Contudo, a luta por respeito, igualdade de gênero e de direitos ainda não conseguiu eliminar o pior dos sentimentos, balizado no preconceito e discriminação. A intolerância. O Brasil regista uma morte violenta de LGBT+ a cada 26 horas. A cada 26 horas, um corpo é vitimado pela intolerância e ódio vindos de uma sociedade que não respeita diferença sexual e de gênero do próximo.

O Brasil lidera o ranking mundial de países onde mais se registra violência contra pessoas LGBT+. Os números são assustadores e incluem mortes por homicídio, espancamentos e suicídios. Os dados são do Observatório de Mortes e Violência LGBTQIA no Brasil, Organização Não Governamental que atua coletivamente com a Associação Nacional de Travestis e Trangêneros (ANTRA) e a Associação Brasileira de Gays Lésbicas e Travestis do Brasil (ABGLT).

Diante disso, vimos que o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ não foi criado para celebrar, mas para evidenciar que é urgente combater todas as formas de discriminação e preconceito contra essa população. É preciso políticas públicas de inclusão, respeito e eliminação dessa violência gratuita que brutaliza e mata.

Para a data ser celebrada com orgulho, é necessário que nossa sociedade seja igualitária, justa e inclusiva. Lutar por isso, é também fazer justiça.

Conquistas

Ainda assim é importante relembrar que após anos de muita luta e resistência, a comunidade conseguiu conquistas históricas:

2010 -  Adoção por casais homoparentais;

2013 -  A celebração de casamentos civis de casais do mesmo sexo e a conversão em casamento de união estável homoafetiva;

2016 - Uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional;

2019 - Criminalização da homofobia e da transfobia- enquadramento da homofobia e da transfobia como tipo penal definido na Lei do Racismo (Lei 7.716/1989);

2019 - Inclusão na Tabela de Procedimentos remunerados pelo SUS os procedimentos relativos à redesignação do fenótipo feminino para o fenótipo masculino: (1) vaginectomia e (2) metoidioplastia;

2020 - Derrubada da restrição de doação de sangue por homossexuais.

O movimento do Orgulho LGBTQIA+ tem três premissas principais

  • Que as pessoas tenham orgulho da sua orientação sexual e identidade de gênero;
  • Que a diversidade é uma dádiva;
  • E que a orientação sexual e a identidade de gênero são inerentes ao indivíduo e não podem ser intencionalmente alteradas.

Origem

De um confronto entre policiais e manifestantes nos Estados Unidos, em 28 de junho de 1969, surgiu a data em que se comemora o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. A ação violenta resultou em agressões e prisões. Os frequentadores fizeram um protesto que culminou com o bar incendiado. No ano seguinte, na mesma data, onde ocorreram as violências, milhares de pessoas voltaram à mesma rua onde ocorreram as violências para a primeira marcha do “Dia da Libertação da Rua Christopher”.

O episódio deu início a luta pelos direitos dos LGBTs nos Estados Unidos. Era o início do evento anual que evoluiu para o que hoje conhecemos como “Parada Gay”.

I Encontro LGBT+ da Fenajufe

A Fenajufe vai realizar nos dias 8 e 9 de julho, o I Encontro Nacional LGBTQIAPN+.O debate por respeito e igualdade de direitos à diversidade de gênero sempre esteve presente nas bandeiras de luta da Federação, mas esta será a primeira vez que reunirá representantes dos sindicatos de base para discutir realidades e desafios de cada segmento desta população.

A realização do evento é deliberação do último Congresso da categoria (11º Congrejufe), ocorrido em abril de 2022.

Leia mais: Diversidade: Fenajufe convoca I Encontro Nacional LGBTQIAPN+

 

Joana Darc Melo

 

 

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