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Diversidade: 1º dia do Encontro LGBT+da Fenajufe debate realidade e vivências da população e emociona público participante

Diversidade: 1º dia do Encontro LGBT+da Fenajufe debate realidade e vivências da população e emociona público participante

Políticas afirmativas e garantia de direitos à pessoas LGBT+ abre primeiro dia de debates

Começou neste sábado (08), o primeiro encontro LGBT+ da história da Federação. Em formato híbrido, evento registrou a participação expressiva de cerca de 42 pessoas, entre representantes de sindicatos, palestrantes e comissão organizadora. Doze sindicatos de base enviaram representação.

Presencial, participaram as coordenadoras Lucena Pacheco, Luciana Carneiro, Denise Márcia e os coordenadores Fabiano dos Santos e Jaílson Laje. Por videoconferência, os coordenadores Luiz Cláudio Correa e Manoel Gérson acompanharam todo o evento.

A coordenação ressaltou a importância de se fazer a discussão da diversidade dentro da categoria. Foi consenso, a relevância desse encontro na história da Federação. O tema “políticas afirmativas e direitos das pessoas LGBT+”, permeou os debates.

Para o coordenador Fabiano dos Santos, a discussão é importantíssima mas deve ir para “além da categoria”. Segundo ele, servidoras e servidores que são LGBTs, de certa forma são privilegiados, por serem concursados, majoritariamente brancos e por isso desconhecem a realidade de milhares de pessoas em igual situação. Nesse sentido, o dirigente afirmou que é preciso “furar a bolha”, ampliar o debate por respeito e igualdade de direitos da população LGBTI+ para toda a sociedade.

Para este primeiro encontro, a Federação trouxe as palestrantes Lucci Laporta, ativista transfeminista, Dalcira Ferrão psicóloga especializada em atendimento à população LGBT+, Sara Wagner professora pedagoga e ativista LBGTI+, Dayana Brunetto, coordenadora geral de promoção dos direitos das pessoas LGBTQIA+ e Gab Van, articulador político-social e coordenador da "Marcha do Orgulho Trans" do Rio de Janeiro.

Os palestrantes trouxeram a realidade e desafios dos vários segmentos, invariavelmente marcados pela dor do preconceito e da discriminação por quais passam no dia a dia. Em suas falas reafirmaram a importância das pessoas LGBT+ ocuparem os espaços do mundo do trabalho, acadêmicos, sociais e da necessidade urgente da efetivação das políticas públicas que os façam existir de fato.

O coordenador Jaílson considerou muito relevante a diversidade dos palestrantes. Segundo o dirigente, o destaque da mesa de abertura foi a fala da pedagoga e ativista LBGTI+, Sara Wagner, quando citou os 54 anos da “Revolta de Stonewall” que deu início à luta do segmento.

Jaílson destacou, ainda, a fala do coordenador da "Marcha Orgulho Trans" do Rio de Janeiro, Gab Van, que enfatizou que as políticas reparatórias das empresas para as pessoas LGBTs esbarram na questão financeira e que só querem explorar os e as trabalhadoras da diversidade. Para o coordenador, “é preciso manter vivo o espírito de Stonewall, e que somente com muita luta direta e mobilização vamos avançar na conquista de nossos direitos”.

Em todas as manifestações expostas,o ponto em comum citado por todos e todes foram as várias formas de violência que mata uma pessoa LGBT+ a cada 34 horas no País. O diagnóstico faz o Brasil ocupar esse ranking vergonhoso há 13 anos.

O primeiro encontro LGBTI+ da Federação mostrou vivências, dores e principalmente a luta incessante das pessoas LGBT+ para exercerem o direito à vida. Terem respeito, dignidade e visibilidade como seres humanos ou simplesmente viver é o apelo de todas e todes.

Sobre o tema, Luci Laporta afirmou que a classe trabalhadora é formada por pessoas negras, mulheres, pessoas é preciso entender que a luta contra a exploração da classe trabalhadora esteja atrelada a luta contra as opressões. “Quando a gente luta pela classe trabalhadora é preciso fazer essa heteronormatividade” Ouça: 


A psicóloga Dalcira Ferrão, trouxe informações sobre saúde mental e destacou os avanços na psicologia e como é fundamental esse mecanismo no enfretamento à LGBTQIA+fobia. “É extremamente importante, quando falamos de públicos minoritários e a opressão da sociedade, discutir também os impactos que isso causa na saúde mental das pessoas LGBT+”. Confira:

 

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Dayana Brunetto, coordenadora-geral de promoção da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do governo federal, destacou os desafios e a atuação para construir políticas públicas de inclusão e em defesa das pessoas LGBT+. Brunetto ressaltou que um dos maiores desafios é a falta de dados sobre a comunidade que dificulta algumas ações e ressaltou que o ideal seria elaborar uma política pública dialogada com os movimentos sociais e com participação social ampliada. Veja vídeo:

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Já Sara Wagner destacou a importância e a visibilidade da vida das pessoas LGBT+ e chamou a atenção para os dados alarmantes de assassinatos à pessoas trans.  Acompanhe:

 

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Homem trans, o articulador político, Gabi Van relatou que foi expulso de casa e que não vê os pais há dezessete anos, quando fugiu pela terceira vez de um centro de reabilitação de “cura gay,” levados pelos pais. Para ele, as pessoas trans pretas são "alvo certeiro " para a violência policial. Acompanhe;

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 Roda de conversa

Na parte da tarde a organização do evento realizou uma roda de conversa com o tema,  "A realidade dos LGBTs+ no Mundo do Trabalho". A atividade foi conduzida pela jornalista e LGBT+ da Fenajufe Joana Darc Melo e o assessor  de assuntos institucionais da Federação e assessor do Sindiquinze/ SP , Alexandre Marques, também assumidamente homossexual.

A jornalista ressaltou a importância das entidades sindicais serem exemplo nas pautas LGBT+ começando pelos próprios funcionários, oferecendo oportunidades iguais para todes. “Nós não temos que esperar o dia 28 de junho, que é o dia do Orgulho LGBT+, devemos combater a discriminação e o preconceito todos os dias”.

O assessor chamou a atenção para os desafios da população LGBT+ e ressaltou que mesmo com os avanços, ainda existe muito preconceito e discriminação contra pessoas LGBTs e pontuou a violência como fator invisibilizador da população.

Os participantes assistiram um vídeo com histórias impactantes sobre a realidade dos LGBTs+ no mundo do trabalho. A partir disso, os participantes contribuíram com suas falas, ideias e reivindicações apontando a mesma direção: a unidade no enfrentamento ao preconceito, a luta contra à LGBTIA+fobia e o fortalecimento da pauta pelas entidades sindicais.

Enviaram representantes os sindicatos:  Sitraam/AM, Sindjufe/MS, Sindjufeba/BA, Sisejufe/RJ ,Sindiquinze/SP Sintrajusc/SC, Sintrajufe/RS ,Sintrajurn/RN ,Sindissetima, Sintrajuf/PE, Sintrajud/SP  e Sindjuf/PAAP.  O Sindicato Nacional dos Servidores do MPU,CNMP e ESMPU(SindMPU) também enviou representante.

O encontro seguirá até o domingo (09) com apresentação de propostas. Sem caráter deliberativo, as propostas serão encaminhadas para avaliação posterior da diretoria executiva.

 

Joana Darc Melo / Fernanda Miranda

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