fbpx

Com racismo, sempre teve jogo

Por João Batista*

É bom não esquecer que foram 350 anos de escravidão e somos o último país do continente americano a libertar, no papel, os escravos e que declarou a independência sem declarar o fim da escravidão.

É bom lembrar que os cristãos de ontem apoiavam a escravidão como direito de propriedade e açoitavam os negros "rebeldes" na mesma praça onde ficava a igreja das missas dominicais. É bom também não esquecer que a Justiça e as Casas das Leis estavam do lado dos escravocratas.

É bom lembrar que hoje temos 1 milhão de trabalhadores em regime de situações análogas à escravidão. E hoje há quem apoie a volta da moderna escravidão travestida de menos direitos trabalhistas.

É bom lembrar que há pouco tempo atrás os fascistas da maior democracia do mundo enforcavam seus negros nas árvores. E mesmo assim há hoje negros que tocam tambores para os fascistas e invadem Capitólios mundo afora fazendo o jogo de quem quer escravizá-los.

É bom não esquecer que em 1928 éramos, depois da Alemanha, o país com mais filiados ao partido nazista, seção do partido nazista fundado em Timbó-SC.

É bom lembrar que a cultura fascista entre nós está mais forte que nunca. Uma cultura que não deixou de existir. Apenas fica adormecida como uma brasa à espera de quem a sopre.

O fascismo tem vários filhos. Ele é o pai do racismo. Idiotice falar no fim do racismo sem exterminar a sua fonte criadora.
Por isso que é bom não esquecer que com o racismo sempre teve jogo. E continuará tendo se não virarmos o jogo. O fascismo é o diabo na face da terra que deve ser combatido nas ruas, casas e construções.

 

*João Batista Moraes Vieira é presidente do Sinjufego - Sindicato dos servidores do Poder Judiciário Federal de Goiás.

 

Pin It

afju fja fndc